Harmonia, Tonalidade, Campo Harmônico


De uma forma objetiva, a música tem a sua linha melódica, que são as notas musicais que a caracterizam, e uma harmonia, que é o conjunto de acordes utilizado no seu acompanhamento.

A linha melódica (melodia) é definida pelo autor da música, porém a harmonia ou acompanhamento pode variar. É comum cada músico que examina uma harmonia fazer alguma modificação segundo seu gosto musical.

Mas afinal, o que influencia a definição de um conjunto de acordes como ideal para o acompanhamento de determinada música? Que fatores são importantes na escolha de determinado conjunto de acordes?

Tonalidade:

Normalmente a música se desenvolve em uma tonalidade maior ou menor, ou seja, os acordes que vamos encontrar estarão dentro de um campo harmônico maior ou menor.

Relembrando, o Campo Harmônico é delineado a partir de tríades ou tétrades que são formadas com base em cada um dos graus de uma determinada escala, maior ou menor.

Por exemplo, na escala de Dó Maior: Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si – Dó, o campo harmônico de Dó Maior, formado sobre as tétrades, é:
Graus:         I       II       III     IV     V      VI      VII
Acordes:    C7M  Dm7   Em7  F7M   G7    Am7  Bm7(b5)


Funções:  

Tônica (Graus I, III e VI) – onde normalmente a música inicia e termina, são acordes onde sentimos o repouso.
       
Subdominante (Graus II e IV) – esses são graus de passagem, normalmente a música passa por eles, mas não se inicia nem termina neles.

Dominante (Graus V e VII) – são graus próximos da conclusão, ou seja, eles pedem uma resolução (conclusão) na função tônica.

Cadências:

Vários tipos de cadências podem ser montadas usando os graus acima, cada uma com seu efeito:

Cadência Perfeita: É a mais marcante, resulta da combinação das funções Dominante (V grau) e Tônica (I grau). Ex: I – IV – V – I
Passa a sensação de conclusão / repouso.

Cadência Imperfeita: É quando algum dos acordes da Cadência Perfeita está em uma de suas inversões (o baixo é a terça, a quinta ou a sétima do acorde).

Cadência Plagal: Resulta da combinação das funções Subdominante (graus II ou IV) e Tônica (I grau). Ex: I – IV – I
A Cadência Plagal é muitas vezes utilizadas para confirmar a Cadência Perfeita.

Meia Cadência (ou Suspensiva): É quando o repouso da frase cai sobre a função Dominante (V grau). Ex: I – IIm – V
Passa a sensação de continuidade (não houve conclusão).

Cadência Interrompida: É quando a Dominante (V grau) não vem seguida da função Tônica (I grau). Ex: I – V – IV
Dá a sensação de interrupção ou mudança de direção.

Empréstimo modal:

Muitas músicas se utilizam de acordes de empréstimo modal (AEM), da escala relativa maior ou menor.

Escala relativa:
menor -> é a escala formada a partir do 6º grau da escala Maior.
Maior -> se encontra a partir do 3º grau da escala menor.

Toda escala tem muita afinidade com sua escala relativa, daí se usar os acordes de empréstimo modal (AEM) com bom efeito harmônico. Os acordes AEM são acordes tomados de empréstimo da escala relativa.

Modulação:

Modular uma música consiste em mudá-la de uma tonalidade para outra, ou temporariamente, voltando ao tom original, ou definitivamente, prosseguindo e concluindo na nova tonalidade.

Quanto mais próxima uma escala da outra, mais direta é a modulação. Uma escala ser mais próxima da outra significa que essas escalas têm notas em comum. Quanto mais próxima, mais notas em comum, quanto mais distante, mais notas diferentes.

É freqüente a modulação para o tom homônimo, o tom relativo, e para os tons da subdominante ou da dominante.

Tons homônimos são aqueles que possuem a mesma tônica, porém um é maior e outro é menor. Por exemplo: Dó Maior e Dó menor, Ré maior e Ré menor, etc. Apesar da diferença de modo (maior x menor), ambos possuem a mesma tônica e por isso são próximos.

Tons relativos são próximos porque suas escalas possuem exatamente as mesmas notas. Há duas diferenças entre dois tons relativos: o centro tonal (ou seja, cada um possui uma tônica diferente, gerando outra ordem das notas na escala) e o padrão (um é maior e o outro é menor).
É fácil ir do relativo maior para o menor, devido ao fato de que ambos possuem vários acordes em comum. Os acordes apenas mudam de função entre os tons relativos.

Tons da dominante e da subdominante são próximos porque são vizinhos com a diferença de apenas um acidente na armadura de clave. (Ex: C – F – G)






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